A saúde do útero é um aspecto fundamental da vida reprodutiva de muitas mulheres e questões como miomas, endometriose e outras condições uterinas podem impactar significativamente o bem-estar físico e emocional. Em alguns casos, tratamentos cirúrgicos, incluindo a histerectomia (remoção do útero), podem ser necessários para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Como posso te ajudar?
Como ginecologista com ampla experiência no tratamento de miomatose uterina, tanto por abordagens clínicas quanto cirúrgicas, estou aqui para ajudar você a entender e a tratar essa condição de forma personalizada e segura. Além disso, trabalho no manejo clínico da endometriose, oferecendo estratégias que visam melhorar a qualidade de vida e o bem estar da paciente sem necessariamente recorrer a intervenções invasivas.
Se você busca orientação especializada para esses cuidados, estou à disposição para uma consulta. Agende seu atendimento e vamos, juntas, cuidar da sua saúde.
Depoimentos
Cirurgia de Retirada do Útero (Histerectomia)
A histerectomia é uma cirurgia ginecológica que envolve a remoção do útero. É uma das cirurgias mais comuns entre mulheres e pode ser realizada por várias razões, incluindo miomas uterinos, endometriose, câncer, prolapso uterino e dor pélvica crônica. A decisão de realizar uma histerectomia é geralmente tomada após a falha de tratamentos clínicos menos invasivos.
Tipos de Histerectomia
1. Histerectomia Total: remove todo o útero, incluindo o colo do útero. Este é o tipo mais comum de histerectomia.
2. Histerectomia Subtotal (Parcial): remove apenas a parte superior do útero, mantendo o colo do útero intacto.
3. Histerectomia Radical: inclui a remoção do útero, do colo do útero, da parte superior da vagina e de alguns tecidos circundantes. Geralmente é realizada em casos de câncer.
4. Histerectomia com Salpingooforectomia Bilateral: remove o útero, as trompas e os ovários. Esta cirurgia é indicada em casos como cistos volumosos, câncer ou quando existe o risco significativo de doença ovariana.
Indicações da Histerectomia
A histerectomia é indicada quando outras opções de tratamento não foram eficazes ou não são adequadas. As principais indicações incluem:
• Miomas uterinos sintomáticos.
• Endometriose grave.
• Prolapso uterino.
• Sangramento uterino anormal.
• Câncer ginecológico (câncer do colo do útero, endométrio, ovário).
• Dor pélvica crônica causada por condições não tratáveis por métodos menos invasivos.
Miomatose Uterina
A miomatose uterina é caracterizada pela presença de miomas, que são tumores benignos originados do músculo liso do útero. Os miomas são bastante comuns, especialmente em mulheres em idade reprodutiva. Embora geralmente sejam benignos e assintomáticos, em alguns casos podem causar sintomas significativos.
Tipos de Miomas
1. Miomas Subserosos: localizados na superfície externa do útero, crescendo em direção à cavidade pélvica. Podem pressionar órgãos adjacentes, como a bexiga ou o intestino.
2. Miomas Intramurais: desenvolvem-se na parede muscular do útero e são os mais comuns. Podem causar aumento do tamanho do útero e sintomas como sangramento menstrual intenso.
3. Miomas Submucosos: crescem sob o revestimento interno do útero (endométrio) e podem causar sangramento menstrual intenso e problemas de fertilidade.
4. Miomas Pediculados: crescem fora do útero ligados por uma haste. Eles podem causar dor se a haste se torcer ou se o mioma for pressionado contra outros órgãos.
Sintomas dos Miomas
Os sintomas variam dependendo do tamanho, número e localização dos miomas. Eles podem incluir:
• Sangramento menstrual intenso ou prolongado.
• Dor pélvica ou sensação de pressão.
• Inchaço abdominal.
• Aumento da frequência urinária ou dificuldade para urinar.
• Constipação.
• Dor durante a relação sexual.
• Problemas de fertilidade, como dificuldade para engravidar ou abortos recorrentes.
Diagnóstico
1. Exame Clínico
– Durante um exame pélvico, o médico pode palpar um útero aumentado, nodular ou irregular, o que pode sugerir a presença de miomas.
2. Ultrassonografia Pélvica:
– Ultrassonografia transvaginal ou pélvica é a ferramenta diagnóstica mais comum para avaliar miomas. É especialmente útil para identificar miomas submucosos e intramurais.
– Ultrassonografia Abdominal pode ser usada para complementar a ultrassonografia transvaginal e avaliar miomas subserosos grandes.
3. Ressonância Magnética
– A ressonância magnética é mais detalhada do que a ultrassonografia e pode ser utilizada para avaliar miomas complexos ou quando os sintomas são graves. Ela fornece imagens detalhadas do útero, ajudando a determinar o tamanho, a localização e o número de miomas.
4. Histeroscopia
– A histeroscopia envolve a inserção de um histeroscópio (um pequeno dispositivo com uma câmera) através do colo do útero para visualizar o interior da cavidade uterina. É especialmente útil para avaliar miomas submucosos que se projetam para dentro da cavidade uterina.
Quando é Cirúrgico?
A intervenção cirúrgica é considerada quando:
• Há sintomas intensos, como sangramento menstrual excessivo, dor pélvica grave ou pressão sobre órgãos adjacentes.
• Os miomas estão interferindo na fertilidade ou estão relacionados a abortos recorrentes.
• Há suspeita de malignidade (muito raro).
• Há crescimento rápido do mioma.
• Tratamentos não cirúrgicos, como medicamentos ou procedimentos minimamente invasivos, não foram eficazes.
Causas dos Miomas
A causa exata dos miomas uterinos é desconhecida, mas alguns fatores podem aumentar o risco, incluindo:
• Genética: mulheres com histórico familiar de miomas têm maior probabilidade de desenvolvê-los.
• Hormônios: o estrogênio e a progesterona parecem promover o crescimento dos miomas.
• Fatores de Crescimento: algumas substâncias no corpo, como o fator de crescimento semelhante à insulina, podem afetar o crescimento dos miomas.
• Outros Fatores: menarca (1ª menstruação) precoce, obesidade, dieta rica em carnes vermelhas e baixa em vegetais, consumo excessivo de álcool e cafeína também podem estar associados a um risco maior de desenvolver miomas.
Fertilidade
Os miomas podem afetar a fertilidade de várias maneiras, dependendo de sua localização e tamanho:
• Miomas Submucosos: podem distorcer a cavidade uterina, dificultando a implantação do embrião.
• Miomas Intramurais: quando grandes, podem alterar a forma do útero e interferir na implantação ou no desenvolvimento do embrião.
• Miomas subserosos: Geralmente não afetam diretamente a fertilidade, mas se forem grandes, podem causar complicações na gravidez.
Endometriose
A endometriose é uma condição crônica em que o tecido semelhante ao endométrio (que reveste o interior do útero) cresce fora do útero. Essa condição pode afetar os ovários, as trompas de falópio, o revestimento da pelve e outros órgãos pélvicos.
Tipos de Endometriose
1. Endometriose Peritoneal Superficial: o tipo mais comum, envolve a presença de tecido endometrial na superfície do peritônio (revestimento da cavidade pélvica).
2. Endometriose Ovariana (Endometriomas): forma cistos nos ovários, conhecidos como endometriomas ou “cistos de chocolate”.
3. Endometriose Profunda: o tecido endometrial cresce profundamente nos órgãos pélvicos, incluindo intestino, bexiga, e paredes pélvicas. Pode causar sintomas mais intensos e complicações, como aderências e distorção da anatomia pélvica.
Sintomas da Endometriose
Os sintomas variam, mas podem incluir:
• Dor pélvica crônica.
• Dor durante a menstruação.
• Dor durante a relação sexual.
• Sangramento menstrual intenso ou irregular.
• Infertilidade.
• Sintomas intestinais ou urinários durante a menstruação, como dor e sangramento ao evacuar ou urinar.
Causas da Endometriose
A causa exata da endometriose não é conhecida, mas várias teorias têm sido propostas:
• Menstruação Retrógrada: o fluxo menstrual retorna pelas trompas, levando células endometriais para fora do útero.
• Transformação Celular: células do peritônio se transformam em células semelhantes ao endométrio.
• Fatores Genéticos: a endometriose pode ter um componente hereditário.
• Fatores Imunológicos: problemas no sistema imunológico podem impedir a eliminação do tecido endometrial fora do útero.
• Disseminação Linfática ou Sanguínea: as células endometriais podem ser transportadas para outras partes do corpo através dos vasos sanguíneos ou linfáticos.
Como é feito o diagnóstico?
1. Histórico Clínico e Exame Físico
– O médico coletará um histórico detalhado dos sintomas, incluindo dor pélvica, cólica menstrual, dor durante a relação sexual e problemas urinários e intestinais.
– Durante o exame pélvico, o médico pode identificar sinais de endometriose, como áreas de sensibilidade, nódulos ou aderências.
2. Ultrassonografia Pélvica com Preparo Intestinal
– A ultrassonografia transvaginal é útil para identificar endometriomas (endometriose do ovário) e para detectar lesões menores ou endometriose superficial.
3. Ressonância Magnética (RM)
– A RM é mais sensível do que a ultrassonografia na identificação da endometriose, especialmente a endometriose profunda infiltrativa. Ela pode ajudar a mapear a extensão da doença, particularmente em áreas como o intestino e a bexiga.
4. Laparoscopia Diagnóstica
– A laparoscopia é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico definitivo da endometriose. Durante este procedimento cirúrgico minimamente invasivo, o cirurgião insere um laparoscópio (um tubo fino com uma câmera) através de uma pequena incisão no abdômen para visualizar diretamente a cavidade pélvica.
– A laparoscopia permite a identificação e a biópsia de lesões de endometriose. Além disso, permite o tratamento simultâneo da doença (remoção das lesões).
5. Marcadores Sanguíneos
– Embora não sejam específicos ou sensíveis o suficiente para o diagnóstico, marcadores como o CA-125 podem ser elevados em mulheres com endometriose avançada. No entanto, esse exame não é usado isoladamente para diagnóstico.
Quando a Endometriose é Cirúrgica?
A cirurgia é considerada nos seguintes casos:
• Dor intensa que não responde a tratamentos medicamentosos.
• Cistos ovarianos (endometriomas) grandes que causam sintomas ou complicações.
• Infertilidade associada à endometriose, especialmente em casos de aderências ou obstrução das trompas.
• Suspeita de endometriose profunda infiltrativa que pode afetar a função de órgãos adjacentes, como intestino ou bexiga.
Relação com Infertilidade
A endometriose está associada à infertilidade em 30-50% das mulheres que a têm. Pode afetar a fertilidade de várias maneiras:
• Aderências Pélvicas: a endometriose pode causar aderências que distorcem a anatomia pélvica, afetando a função das trompas e dos ovários.
• Inflamação: a endometriose pode causar inflamação na pelve, prejudicando a qualidade dos óvulos, a fertilização e a implantação do embrião.
• Endometriomas: cistos ovarianos causados pela endometriose podem prejudicar a função ovariana e a reserva de óvulos.
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